terça-feira, 28 de julho de 2015

Passos é honesto mas PSD e PS são dois partidos corruptos. Porquê?

O PSD e o PS são duas máquinas partidárias corruptas.

Os militantes de base dos dois partidos e os simpatizantes que acham que ganham mais em não pagar quotas mantendo o estatuto de independentes (que não lhes desbota nem um bocadinho a cor partidária) sabem porque militam: para melhorar a sua vida. A militância num partido é uma carreira numa empresa como outra qualquer, à exceção que o dinheiro a distribuir é retirado aos contribuintes pelo fisco à força (é imposto).

Claro que há 100 ou 200 tipos com convicções no PS (totós porque senão saíam) e 1000 ou 2000 no PSD (menos totós porque são mais e pensam que podem dar a volta ao partido).

Depois há aquela PEQUENA diferença: no PS a corrupção vai até ao topo, é regra aberta. No PSD é um bocadinho mais escondida e põem muitas vezes na liderança um gajo honesto tipo Sá Carneiro, Mota Pinto, Cavaco, Santana Lopes ou Passos Coelho. Estes rodeiam-se de uns tipos honestos e uns tipos que são gatunos, mas andam a fingir que são honestos uns anos para enganar o chefe.

O PSD é assim por causa da herança salazarista e do sebastianismo.

PS e PSD juntos rapam todos os votos mainstream: os cínicos que pensam "roubam eles e roubaríamos nós se lá estivessemos porque somos todos iguais" votam PS e os naíve que andam sempre à procura de ter ao leme um homem exemplar votam PSD. Politicamente são gémeos, com esporádicas exceções tipo Sá Carneiro, Passos ou Santana que estão à direita do PS da sua altura.

A parceria PS e PSD funciona muito bem.

A única dificuldade é que para controlar o povo do PSD, por causa da tal treta da herança do sebastianismo, é preciso pôr no topo desse partido um gajo honesto e depois isola-lo e condiciona-lo pela máquina. Ele tem de perceber que para manter o poder tem de ir tolerando a máquina por muito que isso lhe provoque náuseas e tem de ir elogiando a máquina durante pelo menos quatro anos.

Os segundos quatro anos de um mandato do PSD são sempre muito perigosos porque o tal sujeito honesto pode ter a ilusão que está acima do partido, mas isso é um risco a correr, não tem solução, pois se a estratégia mudar e a corrupção for até ao topo, nasce um partido alternativo para o voto que procura um homem providencial e o PSD desaparece.

Passos tem uma dificuldade extra: apresenta-se como um homem comum, humilde, em vez de um grande professor ou um líder de nervos de aço como é habitual. Tem uma vantagem suplementar: o muito lento enriquecimento duma classe média-alta urbana, o contacto com a europa e a internet fizeram aparecer no meio do povo meia dúzia de almas liberais que fazem muito barulho. O contraponto de direita ao BE está no coração do PSD e vota Passos. Dos fenómenos vistos no mundo civilizado, ecologistas não temos, mas radicais de esquerda caviar e amantes da liberdade vão aparecendo.

Depois disto leiam o chumbo do Conselho da Revolução à lei do enriquecimento sem causa (injustificado) e leiam as reações dos institucionalistas do regime partidocrático - todos os do PS e muitos do PSD.

 Perceberam agora ou é preciso fazer um desenho?


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