segunda-feira, 6 de julho de 2015

Asiáticos

Quando a Grécia venceu o campeonato europeu de futebol fui assistir aos seus festejos em Lisboa. Para meu espanto eram festejos ululantes de gente que cantava em coro como os russos e outros povos do oriente. Não era cada um expressando-se segundo a sua alma. Funcionavam em bloco, massas humanas como se fossem um organismo só.

Apesar dos rostos europeus o seu comportamento pareceu-me mais asiático que ocidental.

Agora enquanto dançavam e cantavam em coro na praça Syntagma em Atenas, jornalistas portugueses perguntavam a grego após grego: e amanhã vai ser um dia melhor? 

A resposta era sempre a mesma: amanhã não sei mas hoje danço.

Pois.

Leiam "O Jogador" de Dostoievski e perceberão quem pensa no dia de amanhã e no dia de depois de amanhã: os ocidentais e os alemães.

Hoje os Gregos dançam e amanhã os Gregos choram.

Tomates têm. Cérebro não.

Os gregos podem ter saído do império Otomano, mas o império Otomano não saiu de dentro dos gregos.

A vida continua.

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