domingo, 11 de agosto de 2013

Marques Mendes e o suicídio em direto

Marques Mendes, um elemento da ala esquerda do PSD e dedicado comentador político fez no passado vários serviços à reposição de alguma ética na política.

Lembro o caso de Isaltino e lembro que nem o PS nem o CDS procederam da mesma forma em casos de autarcas com perfil semelhante.

É por isso que custa mais dizer o que direi a seguir, uma vez que se trata de uma pessoa que migrou da troca de investimento público desnecessário por votos na sua base "constituinte" para uma atuação mais limpa. Fez o trajecto que achamos que o PSD tem condições para continuar a fazer e suspeitamos que o PS já não tem, uma vez que parece ter atravessado o ponto de não retorno.

Mas a verdade é que Marques Mendes, tal como Morais Sarmento e Marcelo Rebelo de Sousa, é um comentador charneira do regime e está ligado visceralmente à perpetuação do status quo mais apto.

Liguei a televisão e ouvi Marques Mendes a apelar ao Bloco Central para parar com a guerra dos SWAPs dizendo que ambos perdem, que ninguém quer saber desse assunto e que a continuarem nessa via trata-se de um "suicídio em direto" para ambos os partidos.

Nada mais falso. É verdade que ninguém percebe nada do que são os SWAPs porque o PS e os media de referência - com especial relevo para a SIC, Marques Mendes, Morais Sarmento e Marcelo, tratam que ninguém perceba.

Noutro país todas as pessoas já tinham percebido que há SWAPs tóxicos e SWAPs normais, tal como há chá venenoso e chá normal. Aqui vocifera-se contra o chá e cala-se o problema do chá venenoso, e depois vêm os Marques Mendes dizer que devemos parar a guerra do chá.

Quem tem a perder com a guerra do chá é o PSD de que Marques Mendes faz parte e que vive em saudável convívio com o PS de Sócrates como se esse PS fosse semelhante ao PS de Guterres ou seja o PS histórico.

Ao PSD de uma nova geração que terá de pagar com suor e lágrimas a deriva politicamente criminosa de Sócrates, ocorrida durante o primeiro mandato de Cavaco Silva, a guerra do chá é uma guerra estrutural.

É uma guerra que tem contactos com a vontade do povo de que os responsáveis pela destruição do país têm de ser responsabilizados.

Sem essa guerra acontecerá ao PSD o que aconteceu em Itália e, de forma diversa, na Grécia, aos partidos do status quo: desaparecerá.

O PS corre esse risco e Passos Coelho, mais próximo da nova geração sente o que pessoas como Marques Mendes não sentem. A probabilidade de atravessarmos a crise que agora atravessamos e da nata social portuguesa se manter intocada é menor do que a probabilidade contrária.

Como no passado, o PSD está mais próximo do sentir nacional mais intrínseco e mais sui generis do que o PS.

Deve pois continuar a guerra do chá - hoje com os SWAPs e amanhã com outro crime político dos socratistas.

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